Postado em: 28/05/2018 09:42:00 por Equipe ConsertaSmart
A Xiaomi figura há tempos como uma das maiores fabricantes de smartphone da Ásia — porém, a situação muda quando analisamos seu desempenho no resto do mundo. A empresa tentou entrar no Brasil, mas as coisas não deram muito certo e ela foi obrigada a sair de fininho. Já nos EUA, a gigante chinesa nunca sequer tentou a sorte; é difícil encontrar um norte-americano que conheça a marca e tenha interesse em comprar qualquer modelo desenvolvido por ela.
Porém, de acordo com informações obtidas pelo Android Central, tudo indica que a companhia ainda não expandiu sua atuação para aquela região justamente por estar planejando uma estreia bastante cuidadosa. Recentemente, o site teve a oportunidade de bater um papo com John Chan, diretor de engenharia da MIUI (sistema operacional próprio, baseado no Android, que é usado em todos os modelos da empresa), e o executivo não titubeou ao comentar sobre o futuro da Xiaomi para os Estados Unidos.
“Nosso caminho [para os EUA] é através das operadoras. Tradicionalmente, a única marca com algum tipo de sucesso fora das operadoras nos EUA é a OnePlus, e ela ainda continua restrita a uma parcela bem pequena de usuários. Pessoas que pesquisaram e ficaram sabendo dela. Nós queremos trazer nossa linha inteira, incluindo a série Redmi. Nós só temos que descobrir como chegar nas operadoras estadunidenses”, comentou Chan, que viajou para os Estados Unidos durante a conferência Google I/O 2018.
De fato, vender smartphones nos Estados Unidos sem o apoio de uma operadora é uma tarefa desafiadora. Diferente do Brasil, os norte-americanos estão acostumados a adquirir aparelhos atrelados a um plano pós-pago (ou seja, bloqueados), visto que o custo mensal acaba sendo bem menor do que as parcelas de uma unidade desbloqueada. Até mesmo a Google, gastando rios de dinheiro com marketing, não obteve vendas satisfatório com o Pixel 2, que até o momento é vendido apenas pela Verizon.
Adaptações e mais adaptações
Mas, naturalmente, a estratégia da Xiaomi não acaba por aí. A companhia também está disposta a abandonar sua tradicional cultura de vender celulares exclusivamente pela internet e quer achar um jeito de colocar seus gadgets em todas as gôndolas dos EUA. A ideia é economizar com marketing e permitir que os compradores em potencial vejam aquele Mi Mix ao lado dos modelos fabricados pela Apple e pela Samsung, podendo fuçar nele à vontade e comparar o custo-benefício.
A marca também entende que será necessário adaptar a MIUI para o público norte-americano, visto que as experiências de software divergem em cada país. Na Índia, por exemplo, a companhia foi alvo de críticas por conta de seu aplicativo “embelezador” para selfies, que estava retirando joias e pelos faciais dos rostos de seus usuários. Foi depois de receber as críticas que a fabricante pôde atualizar e adaptar o programa para a realidade cultural daquele mercado.
De qualquer forma, é pouco provável que a Xiaomi entre nos EUA no curto prazo — esse estudo deve demorar mais alguns bons meses, garantindo que nada saia errado e evitando mais confusões entre o mercado estadunidense e empresas chinesas (como ocorreu com a Huawei e com a ZTE).
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